O SPA na Cúpula dos Presidentes da Amazônia

Nos dias 5 e 6 de agosto, precedendo a Cúpula dos Presidentes da Amazônia, o Painel Científico para a Amazônia co-organizou um evento com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação chamado "Biodiversidade e Bioeconomia: Uma Agenda Científica para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia". Esse evento teve como objetivo estabelecer mensagens e dados para serem apresentados na seção de alto nível da Cúpula dos Presidentes da Amazônia, entre os dias 8 e 10.  

No primeiro dia, intitulado "Bioeconomias de florestas em pé e rios caudalosos", o professor Carlos Nobre apresentou e lançou oficialmente o Policy Brief of Bioeconomy destacando as socioeconomias amazônicas, que se baseiam no uso sustentável e na restauração de florestas em pé e rios caudalosos saudáveis para apoiar o bem-estar, o conhecimento, os direitos e os territórios dos povos indígenas e das comunidades locais.

Painelistas como Lauro Barata apresentaram diferentes iniciativas bem-sucedidas da bioeconomia da Biodiversidade Amazônica, enquanto Joice Ferreira apresentou os conceitos e características dos produtos da bioeconomia e também o trabalho desenvolvido no OP Bioeconomia. As bioeconomias sociais incluem uma combinação de atividades que mantêm paisagens multifuncionais produtivas e conservadas e a diversidade cultural, ao mesmo tempo em que promovem valor econômico e social agregado à biodiversidade e à agrobiodiversidade da Amazônia, incluindo: a prestação de inúmeros serviços ecossistêmicos por meio da conservação e restauração de ecossistemas florestais e aquáticos e a produção e o processamento diversificados de plantas nativas (ou seja, frutas, castanhas, medicamentos), peixes e outros. 

O segundo dia, intitulado "Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável na Amazônia: experiências dos Observatórios do CGEE", contou com uma mesa redonda de diferentes partes interessadas apresentando exemplos bem-sucedidos das redes de pesquisa no Bioma Pan-Amazônico. O MCTI apresentou o OCTI (Observatório de Ciência, Tecnologia e Inovação), uma rede destinada a acompanhar os indicadores de produção científica no Brasil e no mundo e garantir sinergias entre vários pesquisadores e instituições. Outras iniciativas apresentadas incluem o Observatório de Bioeconomia do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos do Brasil, o SEBRAE apresentou a Iniciativa Innova Amazônia para promover negócios inovadores e soluções sustentáveis da Amazônia para o mundo e seu trabalho com a Hylaea, a primeira empresa brasileira a produzir Ibogaina: uma substância para tratar doenças relacionadas ao abuso de drogas ou álcool, criada a partir de produtos provenientes da biodiversidade da Amazônia.

A sessão foi encerrada com Marielos Peña e Andrea Encalada apresentando o Painel Científico para a Amazônia e com a Coordenadora Estratégica Emma Torres lendo a carta que funcionou como a apresentação oficial da sessão aos líderes dos países amazônicos reunidos na Cúpula dos Presidentes da Amazônia.

A SPA também organizou um workshop de alto nível com a Global Canopy e a Climate Champions, juntamente com a Cúpula de Presidentes da Amazônia para líderes do setor financeiro de toda a região amazônica em 6 de agosto.

O workshop, "Finanças para uma Amazônia com Desmatamento Zero", foi convocado com o entendimento compartilhado de que as finanças estão no centro de qualquer solução para os desafios do desenvolvimento sustentável na região. O financiamento será necessário na transição para uma agricultura mais sustentável na região, na restauração de terras degradadas para uso produtivo e na conservação e restauração de florestas de acordo com os caminhos do desenvolvimento sustentável. 

A sessão, moderada pelo Sr. Roberto Waack (Instituto Arapyaú), incluiu os principais comentários do ex-ministro da Economia do Brasil, Joaquim Levy, do copresidente do SPA, Carlos Nobre, e da líder e ativista indígena Alessandra Munduruku, com participantes de bancos multilaterais de desenvolvimento, instituições financeiras privadas e ONGs.

No final da discussão, os participantes identificaram cinco desafios principais a serem abordados para uma Amazônia com desmatamento zero:

  1. Soluções e modelos de escala testados em mecanismos de financiamento combinados.

  2. Aumentar a capacidade de implementação por meio da estruturação de serviços de tecnologia e assistência técnica para empresas e negócios na região.

  3. Expandir os fluxos financeiros e redirecionar os mecanismos de liquidez financeira existentes para atividades econômicas transformadoras (ou seja, restauração, bioeconomia, transição sustentável, adaptação e mitigação) por meio de novos instrumentos com mandatos apropriados (geografia, setores, retornos, etc.).

  4. Os provedores de capital (bancos, gerentes de ativos e empresas) promovem mudanças por meio de seus portfólios, utilizando ferramentas de avaliação e gerenciamento de riscos e exercendo pressão sobre os investidores em relação à sua exposição ao desmatamento.

  5. Aprimorar as estruturas regulatórias para considerar efetivamente o risco da natureza (climático e ambiental) na tomada de decisões do setor financeiro (responsabilidade) e para nivelar os movimentos competitivos dentro do setor financeiro com alinhamento setorial.

Anterior
Anterior

Painel Científico para a Amazônia na Cúpula de Ciências da UNGA

Próximo
Próximo

SPA no 'Road to the Amazon Summit' em Leticia