SPA lança seis novas publicações na COP28
Na COP28, o mundo se concentrou nas florestas tropicais, marcando um momento crucial para enfrentar os desafios impostos pela crise climática. A SPA, como uma voz central para a ciência e a Amazônia, forneceu recomendações relevantes sobre as principais questões emergentes por meio de cinco Policy Briefs e uma Declaração sobre a Seca Amazônica.
De 30 de novembro a 12 de dezembro de 2023, os Emirados Árabes Unidos (EAU) sediaram a 28ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP28) em Dubai. Como parte da COP28, a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU (SDSN) mobilizou sua rede global, priorizando compromissos obrigatórios sobre financiamento climático, uma meta global sobre adaptação, operacionalização do fundo de perdas e danos, planos de ação nacionais intersetoriais e integração da natureza em estratégias de baixas emissões de longo prazo.
O Painel Painel Científico para a Amazônia (SPA) desempenhou um papel crucial no avanço do tema central da COP28 da SDSN: "Ação baseada na ciência para a natureza". Alinhado a essa prioridade, o SPA sediou dois eventos no dia 9 de dezembro, onde cinco novos Policy Briefs (PB) foram lançados. Esses resumos abrangem prioridades críticas, incluindo o combate às ilegalidades, a melhoria da infraestrutura sustentável para os amazônidas, a promoção do manejo florestal sustentável, a prevenção de pontos de inflexão e a abordagem do impacto humano sobre as emissões de carbono e soluções financeiras.
Durante a COP28 , a SPA apresentou uma Declaração sobre a Seca Amazônica de 2023. Essa declaração abrangente aborda os padrões históricos e a singularidade da seca de 2023, o que poderia ser previsto a curto e longo prazo, as consequências e os impactos da seca e as recomendações sobre as ações a serem tomadas agora.
O primeiro evento da SPA na COP28, "Ciência de Hoje para a Amazônia de Amanhã", aconteceu no Pavilhão do WWF. O evento foi moderado por Roberto Waack, membro do Comitê Estratégico da SPA, e contou com os comentários de abertura de Emma Torres, Coordenadora Estratégica da SPA, que destacou que a ciência é fundamental para alcançar os ODSs e que a conservação da floresta tropical é essencial para atingir as metas do Acordo de Paris. Marielos Peña-Claros, copresidente da SPA, fez os comentários finais. Três dos novos Policy Briefs foram lançados nessa ocasião:
Mercados de terras e ilegalidades: as raízes profundas do desmatamento na Amazônia, apresentado pelo autor principal Francisco de Assis Costa
Uma nova infraestrutura para a Amazônia, apresentada pela autora Ana Carolina Fiorini
Impactos Humanos nas Emissões de Carbono e Perdas em Serviços Ecossistêmicos: The Need for Restoration and Innovative Climate Finance for the Amazon, apresentado pelo autor principal Pedro Moura Costa
Pascal Martinez, Especialista Ambiental Sênior do Global Environment Facility (GEF), enfatizou os vínculos entre ciência e finanças, afirmando que os Policy Briefs da ZPE devem servir como "uma bússola" para estratégias futuras. Mauricio Voivodic, Diretor Executivo do WWF Brasil, afirmou que "as estratégias do WWF para a Amazônia são baseadas na ciência e informadas pelas recomendações da SPA".
As principais mensagens do evento incluíram:
Para abordar com eficácia as questões fundamentais do mercado de terras, das ilegalidades e dos modos vulneráveis de produção e vida na Amazônia, é fundamental capacitar os governos e as sociedades civis com recursos informativos robustos, aprimorar os sistemas de governança nacionais e internacionais e reforçar as economias locais e a coesão social.
É necessário um novo paradigma de infraestrutura para a Amazônia. A nova infraestrutura sustentável deve ser planejada por e para os amazônidas, garantindo que as perspectivas e realidades locais sejam ouvidas e levadas em consideração.
Para evitar pontos de inflexão irreversíveis, há uma necessidade urgente de atrair e aplicar capital em escala para conservar e restaurar as florestas na Amazônia. Isso exigirá abordagens inovadoras para o financiamento climático e florestal, além dos mercados de carbono.
O segundo evento organizado pela SPA, "A Amazônia Resiliente: Dos pontos de inflexão à conservação e restauração"foi realizado no Pavilhão dos Governadores da Amazônia. O evento foi moderado por Michael Shank, Diretor de Engajamento da Carbon Neutral Cities Alliance, e contou com os comentários de abertura e encerramento do copresidente da SPA, Carlos Nobre. Na ocasião, foram lançados dois Policy Briefs e um terceiro foi reapresentado:
Nove maneiras de evitar um ponto de inflexão da floresta amazônica, apresentado pela autora principal Adriane Esquivel e com a intervenção especial da autora Raquel Chaves, que refletiu sobre os pontos de vista dos povos indígenas em relação aos pontos de inflexão
Manejo florestal para produção de madeira e restauração da paisagem florestal na Amazônia: O caminho para a sustentabilidade, apresentado pelo copresidente da SPA e autor principal Marielos Peña-Claros
Impactos Humanos nas Emissões de Carbono e Perdas em Serviços Ecossistêmicos: The Need for Restoration and Innovative Climate Finance for the Amazon, apresentado pela autora principal Luciana Gatti
O evento ressaltou mensagens importantes, incluindo:
O ponto de inflexão da Amazônia está próximo. Temos as soluções para evitá-lo. Agora é hora de agir local e globalmente.
Para evitar pontos de inflexão irreversíveis, há uma necessidade urgente de interromper o desmatamento e a degradação, principalmente no "arco de fogo". A inovação no financiamento climático e florestal, que vai além dos mercados convencionais de carbono, será essencial para esse esforço.
O manejo florestal sustentável na Amazônia é imperativo e requer mudanças nas práticas atuais. O aumento da produção de madeira por meio de silvicultura econômica, a promoção da restauração florestal e o apoio ao manejo florestal comunitário são estratégias fundamentais para reduzir a pressão sobre as florestas naturais.
A presença da SPA na COP28 foi marcada pelo lançamento bem-sucedido de cinco Policy Briefs críticos e uma Declaração sobre a Seca Amazônica de 2023. Essas iniciativas oferecem soluções abrangentes para lidar com os desafios urgentes que a região enfrenta atualmente. Ao refletirmos sobre a COP28, as contribuições da ZPE servem como uma bússola orientadora para estratégias informadas, ressaltando o papel vital da ciência na formação de políticas e práticas para a conservação e a sustentabilidade da Amazônia. Diante de ameaças ambientais sem precedentes, o compromisso da ZPE com ações baseadas na ciência surge como um farol para o futuro da Amazônia.
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