Resiliência Amazônica: Contribuições do SPA no Fórum Político de Alto Nível da ONU

Em 8 de julho de 2024, a Painel Científico para a Amazônia (SPA) organizou um evento paralelo intitulado "Amazonian Resilience: Addressing Drought and Water Connectivity", por ocasião do Fórum Político de Alto Nível da ONU, na cidade de Nova York. Esse evento lançou os mais recentes Policy Briefs do SPA sobre Secas e Conectividade de Ecossistemas de Água Doce, com os Autores Principais apresentando as principais mensagens e recomendações para a conservação e o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Um painel de discussão com o jovem líder indígena da Amazônia, Beka Munduruku, e Erwin De Nys, do Banco Mundial, acompanhou as apresentações, oferecendo insights importantes sobre possíveis soluções para lidar com os impactos das mudanças climáticas e da degradação ambiental na região amazônica.

Isabella Leite Lucas, Gerente Sênior do SPA, foi a moderadora e deu início ao evento refletindo sobre a importância local, regional e global da Amazônia, destacando a necessidade de conservação em meio às crescentes ameaças. Ela deu as boas-vindas aos autores principais do SPA, Dr. José Marengo e Dra. Flavia Costa, que apresentaram o Policy Brief, "Secas na Amazônia", que examina as causas naturais e induzidas pelo homem da seca, os impactos ecológicos e socioeconômicos e fornece recomendações relevantes para a política de mitigação e adaptação.

O Dr. Marengo explicou que a Amazônia está passando por uma frequência e intensidade cada vez maiores de fortes secas, correlacionadas com o desmatamento e o aquecimento global, como visto na histórica seca de 2023. O Dr. Costa compartilhou as graves consequências ecológicas e socioeconômicas dessas secas extremas, incluindo o aumento da mortalidade de árvores, a diminuição da capacidade de absorção de carbono, mortes catastróficas de animais e o aumento da segurança alimentar e hídrica em toda a Amazônia.

Em seguida, a autora principal do SPA, Dra. Andrea Encalada, apresentou o Policy Brief, "Conservando a saúde e a conectividade dos ecossistemas de água doce da Amazônia", que enfatiza a importância da conectividade multidimensional dos ecossistemas de água doce da Amazônia para a biodiversidade e os meios de subsistência na região. O resumo destaca os principais desafios e as ações recomendadas para proteção e restauração, e a importância de envolver os Povos Indígenas e as Comunidades Locais (IPLCs) nesses esforços. A Dra. Encalada destacou a importância da Bacia Amazônica, que abriga mais de 48 milhões de pessoas e é essencial para o fluxo global de água doce.

Durante o painel de discussão, Beka Munduruku, membro do Comitê Estratégico do SPA, compartilhou percepções sobre os impactos das secas nas comunidades indígenas e ribeirinhas, enfatizando seu papel na defesa da biodiversidade. Ela pediu atenção global para as atividades ilegais em territórios indígenas e enfatizou a importância do envolvimento dos jovens na implementação de soluções.

Erwin De Nys, do Banco Mundial, ressaltou o valor da academia e da ciência, incluindo as contribuições do SPA, na abordagem das mudanças climáticas. Ele também compartilhou um chamado à ação devido à gravidade das secas e suas consequências transversais na Amazônia, incluindo a fragmentação da conectividade e os impactos nas comunidades locais. Erwin destacou vários programas liderados pelo Banco Mundial na região amazônica, como os esforços do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e o Programa de Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL), bem como o programa Amazônia Viva, que se concentra nos principais pilares para uma Amazônia verde. 

Os participantes do painel pediram ações imediatas para enfrentar as mudanças climáticas e as atividades destrutivas na Amazônia, enfatizando a colaboração entre comunidades locais, formuladores de políticas, cientistas e organizações internacionais. Durante a sessão de perguntas e respostas, Flavia Costa destacou a necessidade de uma melhor prestação de contas do financiamento, Andrea Encalada enfatizou a capacitação para a implementação de projetos e José Marengo enfatizou a necessidade de esforços coordenados para obter resultados impactantes.

As perguntas sobre o desenvolvimento tecnológico levaram a discussões sobre a renovação de sistemas para resiliência e envolvimento da comunidade local. Os participantes do painel destacaram a importância de integrar o conhecimento local e indígena (ILK) com abordagens científicas e respeitar as agendas e culturas dos IPLCs. Isabella Leite Lucas concluiu reiterando a necessidade de traduzir a ciência em soluções práticas, promovendo a colaboração das partes interessadas e respeitando os sistemas de conhecimento local para uma Amazônia sustentável.

Assista ao evento completo aqui: Gravação no YouTube

Acesse os Policy Briefs aqui: Relatórios do SPA

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